sexta-feira, 8 de abril de 2016

Após um ano, edifícios da Criciúma Construções passam a ser concluídos por moradores

Após um ano, edifícios da Criciúma Construções passam a ser concluídos por moradores
Dos 92 empreendimentos, pequena parte deles foi terminada 


Residencial Dom Orione - Siderópolis
Um ano após o ápice de um inquérito civil e procedimento investigatório criminal culminarem com a prisão de diretores da Criciúma Construções, que prejudicou quase nove mil clientes em Santa Catarina e Rio Grande do Sul, sonhos de muitas famílias e de empreendimentos inacabados começam a sair do papel. Mas determinadas obras que estavam por finalizar já tiveram a liberação da certidão negativa da Previdência Social (INSS) e do habite-se. 

Segundo o Ministério Público, até a prisão preventiva de dirigentes do grupo empresarial, eram 92 empreendimentos com obras paralisadas. O processo tem a investigação de cinco promotores desde 2014 pelo atraso no cronograma de empreendimentos. 

Morador de Içara, o comerciante Sérgio da Silva e mais 49 clientes precisaram se unir para concluir o Residencial Vitória, no centro do município. Para entregar o edifício, o primeiro após o início da Recuperação Judicial da empresa, ainda restavam 15% do custo efetivo total. “Ficamos sem saída. Não havia certidão negativa e nem como liberar a documentação para nós moradores. Achava que iria ficar sem meu investimento”, relembra.

Residencial Vitória em Içara

Mercado não sente reflexos 

Apesar do trauma vivido por milhares de pessoas, o mercado da construção civil não sentiu os efeitos da compra do imóvel na planta. De acordo com o corretor de imóveis, Douglas Silveira Pinto, com 30 anos de experiência, a credibilidade de empresas tradicionais ultrapassou os possíveis problemas. “Temos na região empresários e empreendedores que podem concluir um empreendimento sem ao menos vender uma unidade. O capital investido, o respeito ao cronograma e a segurança da entrega não deixaram com que empresas com até 40 anos de história continuem a vender bem unidades em construção”, analisa. 

Para a advogada Andréia Dota Vieira, responsável pela resolução de casos de entrega de edifícios da Criciúma Construções como o Vitória, a prevenção é fundamental. “Para fechar a compra, o cliente, dentre outras providencias, deve se certificar da matrícula do imóvel se não há alguma penhora do terreno, por exemplo, e elaborar junto com sua assessoria um contrato bem especificado, que beneficie tanto a construtora como o cliente”, sugere.

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