quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Saída da Venezuela do Mercosul: parceria entre países da América do Sul tende a se fortalecer

Saída da Venezuela do Mercosul: parceria entre países da América do Sul tende a se fortalecer


Os países membros do Mercosul (Mercado Comum do Sul) decidiram suspender a Venezuela pelo descumprimento de acordos e tratados do protocolo de adesão do bloco. Os chanceleres de Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai assinaram a notificação de suspensão no início de dezembro de 2016. O comunicado oficial determina “a cessação do exercício dos direitos inerentes à condição de Estado Parte”.

A Venezuela reagiu denunciando a decisão dos demais membros do Mercosul de suspendê-la como estado membro. A chanceler Delcy Rodríguez afirmou durante coletiva de imprensa que o país ainda não foi notificado e que a suspensão é “um golpe de estado ao Mercosul e constituiria uma agressão de dimensões realmente muito graves a Venezuela”.

Entretanto, os demais membros afirmaram ter informado Rodríguez sobre a suspensão.

A Venezuela, que entrou no bloco em 2012, afirma que alguns compromissos de adesão do bloco se chocam com suas normas internas, embora tenha dito estar disposta a assinar um dos convênios comerciais pendentes, relacionado às tarifas comuns e à livre circulação de bens.

A suspensão vinha sendo discutida desde junho do ano passado, quando os outros estados membros bloquearam o acesso do país caribenho à presidência semestral do grupo, fundado em 2001. Em setembro veio à decisão de ocupar a vaga de forma colegiada e lançaram o ultimato.

Decisão não traz impactos para o Brasil

O ministro das Relações Exteriores, José Serra, disse que saída da Venezuela do Mercosul não traria impactos para o Brasil. Segundo Serra o país governado por Nicolás Maduro já não tinha participação ativa no bloco comercial. Entre os casos que comprovam isso, o ministro lembrou de um acordo com a Colômbia  sobre produtos têxteis e siderúrgicos que a Venezuela não assinou, sem motivos aparentes. "Nesse sentido, não faria diferença nenhuma", declarou.

Em evento o chanceler brasileiro afirmou que a Venezuela “aporrinha”, mas não chega a ser um fator que atrapalhe o bloco. Serra, porém, disse que o país não atrapalhou o Mercosul em acordos bilaterais. “Se não houve é porque ainda estávamos em uma fase de planejamento. Claro, sempre gera alguma controvérsia nas discussões, mas não pesou tanto”, disse.

“Os impactos não serão sentidos. O que observamos é que há uma tendência do fortalecimento do Mercosul. E o novo governo brasileiro tem feito esforços em valorizar acordos também entre os nossos vizinhos”, explicou Erick Isoppo, diretor da IDB do Brasil Trading. Para a advogada, especialista em Direito Aduaneiro, a parceria com outros países do Mercosul também deve ganhar evidência, afirma Keite Wieira.   

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