sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Lições de Gestão: como a assessoria de profissionais pode evitar maiores prejuízos com a credibilidade da marca?

Lições de Gestão: como a assessoria de profissionais pode evitar maiores prejuízos com a credibilidade da marca?
Especialistas analisam fato ocorrido com a Itambé

A polêmica envolvendo a credibilidade da empresa Itambé, de Belo Horizonte, após a sequência de divulgação de que um menino de 2 anos havia falecido uma hora depois de ingerir um achocolatado da marca, mostrou a importância de uma companhia estar bem assessorada. Após a notificação pelo Ministério da Agricultura sobre o caso, que já havia viralizado via redes sociais e internet, a empresa mineira procurou se amparar juridicamente e de profissionais especialistas em Gestão de Crises para evitar maiores danos.

O caso, iniciado no final de agosto, provocou uma transformação no dia a dia da indústria. Uma força-tarefa, com a suspensão de comercialização pelo Ministério da Agricultura e Anvisa, envolveu cem colaboradores para fazer o então recall do produto. “A empresa estava muito bem assessorada. Na parte de comunicação, não se isentou do então problema e emitia notas oficiais a todo instante. A assessoria jurídica, bem preparada, procurou amenizar as possíveis consequências do incidente”, explica a advogada Andréia Dota Vieira, especialista em Direito Empresarial.

Mas após investigação da Polícia Civil, Adônis Negri, de 61 anos, teria colocado um veneno no achocolatado da Itambé como “isca” para um ladrão, que costuma furtar lojas e casas na região. Deuel de Rezende Soares, de 27 anos, surrupiou a bebida de um mercado e deu para os vizinhos – pais do menino que bebeu o achocolatado e morreu. Adônis esperava que o autor do furto ingerisse a bebida, não outra pessoa. Com as descobertas da polícia, a Anvisa liberou o lote do produto no dia seguinte. Adônis e Deuel foram presos.

Prejuízos à marca e imagem da empresa
A Itambé deixou de faturar R$ 500 mil com o Itambezinho naquela semana. E o estoque parado somava R$ 3 milhões em produtos. Para completar, houve ainda o custo de recolher todo o material. Mas como consequência da polêmica, a Itambé poderia sofrer prejuízos de credibilidade da marca e ser cobrada por clientes que teriam consumido o produto envenenado. “Qualquer empresa pode passar por isso. Neste momento de crise, é preciso dispor de tranquilidade, analisar bem o problema, identificar as soluções, evitando ao máximo prejuízos principalmente com um bem intangível: a credibilidade”, alerta a jurista Andréia Dota Vieira.


Para o professor de marketing da ESPM, Marcos Bedendo, a decisão foi acertada. “Eles foram assertivos ao esperar a apuração do caso e ao comunicar os fatos sem açodamento. E passaram uma imagem de tranquilidade”, analisa.

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